domingo, 31 de março de 2013

Lembro direitinho do quarto dela
Com a janela elevada na copa daquela árvore, que abrandava a onda de calor e arejava dentro
Ficávamos horas e até finais de semanas inteiros por lá
As vezes só falando e fumando, as vezes apenas se olhando
E as vezes cada um em seu universo

Hora ou outra entre declarações
E em noite de qualquer lua, com céu limpo
Por mágicos segundos, éramos apenas um

Muito bom saber que as pessoas sempre podem voltar
Percebi que procurou saber de mim; da minha vida
Verdades ou mentiras
Um dia
Você perceberá que não lhe valeu de nada
O sol na verdade é insignificante
E a punição para a mentira nunca é na mesma medida

Ou é cruel ou branda demais

domingo, 17 de março de 2013

O regime.

Certo dia, fui almoçar com um grupo de colegas de trabalho. Descobri que aquele grupo aproveitava o intervalo para trocar receitas para emagrecer.
Eu, pau de virar tripa, confesso ter ficado deslocada, me limitando à apenas ouvir.
Tentando me inteirar do assunto, em silêncio observava crianças famintas nas calçadas. O que me apertava o peito e pra aliviar a culpa sempre que podia levava  uma quentinha para uma família diferente.
Já entediada achando tudo aquilo muito fútil decidi participar:
- Não seria melhor comer menos e usar o dinheiro dos shakes e sopas pra alimentar quem têm fome?


quinta-feira, 14 de março de 2013



Numa tarde chuvosa,
Uma avenida infernal,
Abandonado, busca abrigo entre pessoas em um ponto de ônibus.
Sem noção do perigo que está correndo pois não se pode confiar nos humanos...
Enquanto eu ali estava, me propus a protegê-lo de qualquer mal.
Fiquei abatido quando tive que partir...
Me perdoe irmão, por favor me perdoe,
Que Deus o guarde...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Ato curioso.


Acho graça no programa em família de domingo dos meus vizinhos.

Eles se orgulham e anseiam por sair pra almoçar num restaurante de comida caseira.

Cálculo: Solidão/Contigente Humano.



São Paulo, Tókio  e Nova York são comparadas por seu tamanho e fama de ter habitantes solitários.

Fico observando as pequenas cidades, essas em que todos se conhecem, como as pessoas são unidas apesar da escassez e precariedade de recursos.

Parece-me que quanto mais gente, maior a solidão.

A disputa é indiferentemente a oferta.

Talvez seja da natureza humana querer o que é do outro mesmo quando têm pra todo mundo.